quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pilotos de helicópteros vão ajudar no combate de crimes ambientais em SP

Segunda maior frota do mundo vai observar irregularidades no meio ambiente de todo o território paulista

Legenda pro Anderson Cabeçudo - crédito foto: pau no cú dele

A partir de novembro de crimes contra o meio ambiente em São Paulo virão do Céu. Denominados voluntários da natureza, 60 pilotos de helicópteros que regularmente voam sobre o território do Estado, todos os dias, vão colaborar com o trabalho de fiscalização realizado pela polícia ambiental.

Isso ficou definido em encontro entre representantes do Instituto Ecofuturo, da Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros (Abraphe), da Polícia Ambiental e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A reunião resultou na assinatura do acordo de parceria que visa o monitoramento aéreo com helicópteros.


A idéia surgiu num encontro do fundador do Instituto Ecofuturo, Daniel Feffer, com o presidente da Abraphe, Geoci Leonar. Ambos perceberam a possibilidade de utilizar os pilotos de helicópteros cadastrados na Abraphe como observadores da natureza, para ajudar na vigilância ambiental. Os pilotos serão capacitados pela polícia ambiental e pelo Departamento de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), para entender os procedimentos a serem adotados em situações que comprometam o meio ambiente.



Amigos da Natureza
Munidos de rádio comunicador e GPS, os pilotos indicarão as coordenadas dos pontos verificados para o call center do Disque Ambiente que passará as informações para a polícia ambiental agir com mais precisão e agilidade. O presidente da Abraphe, Cleber Mansur, informa que nenhum dos vôos terá o objetivo de fiscalizar o território paulista, pois esse trabalho é função da polícia ambiental. “Todos os pilotos participantes estarão em vôos de rotina e não de fiscalização”. Apenas ficarão de olho no terreno, em baixo, para descobrir eventuais violações da legislação ambientais e alertarão, imediatamente, a Polícia Ambiental.

Desde janeiro o Disque Meio Ambiente (0800 11 35 60) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que atende 24 horas por dia, recebeu mais de 40 mil ligações. As ocorrências denunciadas variam de situações de desmatamento, queimadas, fumaça preta, emergências químicas e comércio ilegal de animais silvestres. Os pilotos serão um grande reforço nesse trabalho de denúncia de irregularidades.

A Abraphe receberá periodicamente um resumo sobre as informações enviadas pelos pilotos que observam o meio ambiente. “Este relatório será fundamental para nosso planejamento, por exemplo para aumentar o número de pilotos, caso necessário”, observa Mansur. Ele acrescenta: “Estas ações conjuntas não vão gerar custo para os participantes, apenas o aumento no atendimento do call center, e não existirá qualquer remuneração aos pilotos”.

O trabalho extra dos pilotos estará sob orientação da Polícia Ambiental, um segmento especializado da Polícia Militar do Estado. Ela dispõe de 2,2 mil homens, divididos em 114 unidades, e faz, por ano, uma média de 90 mil atendimentos em todo Estado.


Atualmente a Abraphe conta com 906 pilotos cadastrados para as atividades em São Paulo. A expectativa é que em 2009 o número de voluntários da natureza seja ampliado, o que aumentará a rede de fiscalização da polícia ambiental.

Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial

Crédito Fotos: Efai-Escola de Pilotagem

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/10/2008.

Pesquisa realizada pelo Ital elabora iogurte probiótico com soro do leite

A utilização do produto (normalmente descartado) cria também novas oportunidades de trabalho e renda


O Instituto de Tecnologia de Alimentos – Ital estudou o aproveitamento das proteínas recuperadas do soro do leite na composição de um iogurte probiótico. A pesquisa foi base de um projeto de iniciação científica com a participação da aluna Maria Elisa Caetano Silva (bolsista do CNPq) e orientada pelas pesquisadoras Maria Teresa e Adriane Antunes. O projeto visa aproveitar o valor nutricional que este produto possui na elaboração de iogurte e novos ingredientes alimentares.

Intolerante à lactose e preocupada com as questões ambientais e nutricionais do soro do leite, Maria Teresa buscou novos métodos de utilização das proteínas do produto e alternativas que evitem o seu descarte. O estudo preocupou-se também em encontrar alternativas que sejam acessíveis aos laticínios de pequeno e médio porte.

Desde 2002, a pesquisadora estuda novos métodos para amenizar o problema das empresas de laticínios que não sabem o que fazer com esse resíduo. Para os pequenos produtores, o soro do leite pode ser uma saída para gerar renda, além de minimizar a degradação ao meio ambiente.

Normalmente, o co-produto resultante da sobras da produção de leite é encaminhado
para grandes aterros sanitários, produz mau cheiro, contamina o ambiente e consome o oxigênio das águas. Em alguns casos, parte desse resíduo, é reutilizado na elaboração de ração animal, ricota e na dieta alimentar de atletas, pois possui características nutricionais valiosas.


Um produto precioso
A pesquisa concluiu que cada tonelada de soro de leite resulta em 9 quilos de proteínas em pó que podem ser utilizados em novos produtos. O método desenvolvido no Ital permite recuperar 95% das proteínas do soro, e incorporar na composição de um iogurte saudável que pode ser consumido por todos.

Para se ter uma idéia do potencial desperdiçado, a cada tonelada de leite produzido apenas 30% é transformado em queijo, sendo o restante em soro, que muitas vezes é descartado no meio ambiente ou utilizado para alimentação animal. As alternativas de utilização do soro ainda são raras e de alto investimento, o que desafiou os pesquisadores do Ital na busca de soluções inovadoras e de baixo custo.

Diante de tantos obstáculos, como transporte e processamento, o soro do leite possui propriedades nutricionais elevadas, como proteínas, vitaminas e sais minerais. Essas proteínas podem ser aproveitadas em qualquer produto lácteo e alimentício, o que caracteriza a importância da utilização deste que hoje é considerado apenas um resíduo.

O iogurte desenvolvido no Ital, não sofreu alterações nas características sensoriais de bebidas lácteas e iogurte: sabor, textura e principalmente as qualidades funcionais importantes ao ser humano.

A técnica de aproveitamento do soro do leite ainda é inacessível para muitas empresas de laticínios. Metade dos resíduos não é reaproveitada, devido ao alto investimento exigido para aquisição de novas tecnologias de processamento.

Sustentabilidade e saúde
O iogurte a partir do soro do leite pode ser um poderoso aliado para aumentar a resistência do sistema imunológico do ser humano. Um estudo realizado com crianças portadoras do vírus HIV constatou que o organismo delas ofereceu melhor resposta de proteção contra doenças, ao ingerir a bebida láctea em quantidades adequadas.

Por se tratar de uma fórmula viável e de baixo custo, os pesquisadores cogitam a possibilidade do uso, principalmente na agricultura familiar “O iogurte composto a partir das proteínas do soro do leite, pode ser uma alternativa econômica, social e ambiental muito importante para toda a sociedade. Incluir esse alimento na merenda escolar seria um grande progresso”, avalia Maria Teresa.


Os pesquisadores consideram que, de acordo com as necessidades de produção ou demanda, é possível a utilização do resíduo para novos negócios com baixo investimento, o que beneficia o pequeno e médio produtor.

Com base em estudos, a pesquisadora Adriane Antunes acredita que a partir de uma produção de 100 litros de soro, pode-se começar a pensar na reutilização deste componente. O Ital fornece informações em todos os níveis do segmento de alimentos, além de orientar quem deseja iniciar ou aprimorar os processos. “Atendemos muitas pessoas, até por telefone, que gostariam de tirar dúvidas para melhorar a qualidade de seus produtos. Mas há casos em
que recomendamos uma visita técnica no Instituto para uma melhor avaliação”,
comenta Maria Teresa.

A pesquisa do iogurte probiótico desenvolvido pelo Ital já recebeu os prêmios: Prêmio Henri Nestlé, na categoria graduação e área de tecnologia e bioquímica de alimentos e Homo Sapiens, do CNPq, na categoria iniciação científica.,


Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito Fotos: Fernandes Dias Pereira
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/10/2008.

Bio-energia é tema de Inspiração para estudantes de Engenharia da Poli/USP

Representantes das principais faculdades de engenharia do mundo estiveram em São Paulo participando da Robocon8, competições que desafiam jovens estudantes na construção de robôs.


Projetar e construir robôs em 14 dias foi uma das missões dos estudantes de engenharia que participaram da 19ª edição da Robocon, competição internacional realizada na sexta-feira, dia 18 de julho, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.


Os estudantes foram desafiados a simular a produção de bicombustível, desde a colheita da cana-de-açúcar, a sua transformação em etanol e o transporte do combustível por navio. Distribuídos em oito equipes de seis participantes, cada grupo teve a tarefa de construir três robôs, aplicando na prática os conhecimentos recebidos em sala de aula.

Ganchos, imãs, garras, antenas, rodas de madeira entre outros materiais, acrescidos de criatividade, formaram os elementos para a confecção dos 24 robôs da competição. Um dos destaques, o robô condutor de cana-de-açúcar, permitia que a coleta fosse mais rápida e de longo alcance. Muito parecido com um guindaste, ele possuía um gancho de 60 centímetros de comprimento, facilitando o transporte. Esse pequenino demonstrou eficiência por conseguir colher o maior número de objetos, em comparação com os outros robôs. Enquanto as outras unidades recolhiam uma ou duas, ele abastecia com três.

Outro momento importante da competição foi a disputa entre os carregadores de barris de etanol, que funcionavam como se fossem navios em alto mar. Foi o momento decisivo da disputa. O carregamento deveria chagar até uma balança para que a pontuação fosse concluída. Nessa fase, uma das equipes teve muita dificuldade na movimentação do “navio”, que nos segundos finais apresentou problemas, permanecendo isolado no corredor de água.

Desde 1990, o evento, que nasceu no Japão, possibilita aos acadêmicos de engenharia de todo mundo desenvolver sua capacidade criativa. A partir de 1993, a Poli/USP passou a representar o Brasil nas competições internacionais. Os temas e as tarefas são executados de acordo com as características e os fatores específicos de cada país, por isso a edição deste ano teve como tema a produção de etanol a partir da cana de açúcar.


O professor de projetos de máquinas da Poli/USP e um dos coordenadores do evento, Gilberto Francisco Martha de Souza, explica que a Robocon, não é uma competição entre países, nem comercial, mas uma forma de estimular o aprendizado. Desenvolver o relacionamento humano e o pensamento inovador são os grandes objetivos. Para ele, ao profissional de engenharia não basta ser bom tecnicamente, é preciso saber se comunicar, expor suas idéias para resolver os problemas e os desafios que têm de enfrentar no dia-a-dia.

Os 48 alunos do segundo ano de engenharia selecionados para o evento foram reunidos e os grupos se formaram com representantes de diferentes países – Estados Unidos, Japão, Coréia, Tailândia, França e Brasil. “Os alunos se conheceram no primeiro dia de atividades e construção das máquinas, assim exercitaram ainda mais o senso criativo e de comunicação” informou Gilberto.

Após a divisão em grupos, os universitários recebem os mesmos materiais para a construção dos robôs: madeira, alumínio, plástico, motores elétricos e cilindros pneumáticos. Depois são encaminhados para as oficinas mecânicas da Poli/USP para dar início aos trabalhos. A partir daí, restam duas semanas até o dia da competição. Segundo o professor Gilberto, os próprios alunos são os responsáveis pelo projeto e pela criação. Eles devem desenvolver três robôs para realizar as tarefas previstas no desafio. Os professores e instrutores responsáveis apenas auxiliam quando necessário, interferem na idéia de criação dos grupos” destaca.


Depois da longa jornada de trabalho de oito horas diárias, os alunos finalizaram no tempo previsto a construção de todas as máquinas. Foi preparado um circuito onde os robôs guiados pelos estudantes simulariam as etapas de produção de etanol, conforme os objetivos estipulados pelos organizadores.

Três integrantes do grupo operavam as máquinas para a execução das tarefas; os outros três eram auxiliares. As operações foram fiscalizadas por juízes e pelo público presente. Gilberto lembra que para ganhar uma rodada as equipes deviam apresentar o maior número de pontos conseguidos em cada etapa. “A primeira é a coleta da cana-de-açúcar, depois ela deve ser levada até a usina e transformada em etanol. Cada coleta de cana habilita para que sejam transportados os barris de etanol, que por sua vez são encaminhados até uma estação, como se fosse um porto de carregamento”. concluiu.


Oportunidade para os estudantes
Para Larissa Dreimeier, professora de engenharia mecatrônica da Poli/USP, “depois de todo o trabalho de criação realizado pelos estudantes, é gratificante observar os resultados que eles obtiveram e a felicidade de ver as suas idéias na prática” analisou. E destacou: “Além da fluência em inglês e na melhoria dos currículos, a Robocon, facilita ao aluno participar de estágios em outros países, o que contribui para a formação de um profissional mais qualificado”.



Colaboração e dedicação
Eduardo Tannuri, 31 anos, professor de engenharia mecatrônica da Poli/USP, foi participante no tempo de estudante. “Participar de competições como essas garante, além do convívio com alunos de outros países, crescimento e maturidade pessoal. O estudante percebe que a engenharia requer muito trabalho em equipe”.

Os integrantes do grupo brasileiro estavam satisfeitos. Rodrigo Eiji Yamagata Diana, de 20 anos, estudante do terceiro semestre, comemorou: “É gratificante pertencer a esse grupo de futuros engenheiros e poder aprender cada vez mais cedo sobre a profissão que escolhemos”. Outro aluno que fez parte da equipe da Poli/USP, a estudante do terceiro semestre Renata Prata Ferreira, de 21 anos, lembrou: “Desde criança eu sempre gostei de brinquedos que tivessem segredos para serem descobertos. Desmontar e remontar eram as atividades que eu mais gostava de fazer. Nunca gostei de brincar com bonecas, quando meus pais me presenteavam com uma, eu logo a recusava”.

Depois de três horas de competição, apenas as equipes azul e amarela foram para a final. O campeão seria revelado numa melhor de três partidas. A primeira foi vencida pela equipe amarela, a segunda pela equipe azul. Os estudantes estavam ansiosos e tensos com a última partida da competição. Uma final emocionante marcou a terceira e decisiva etapa, consagrando o time azul como vitorioso da 19ª edição da Robocon. Após a cerimônia de entrega das medalhas aos participantes, a diversão ficou por conta das crianças que puderam aproveitar para pilotar os robôs.

Surgimento dos robôs
O termo robô tem origem na palavra
checa robota, que significa "trabalho forçado”. O robô é um dispositivo ou grupo de dispositivos eletromecânicos ou biomecânicos capazes de realizar trabalhos de maneira autônoma, pré-programada, por meio de controle humano. O primeiro robô industrial surgiu na década de 1960, porém os robôs móveis começaram a aparecer somente dez anos depois. Mas foi na década de 1980 que a tecnologia robótica começou a avançar, com as unidades móveis e autônomas. Além de diversas aplicações, eles podem ser empregados em outras tarefas, que vão do transporte de peças em uma indústria, até a substituição do ser humano na execução de tarefas perigosas.

O que são os biocombustíveis?
São materiais biológicos que, quando queimados, geram energia. Praticamente todo material biológico pode fazer isso. O tipo mais difundido de biocombustível no Brasil é o álcool, proveniente da cana-de-açúcar. Sua principal vantagem é poluir menos a atmosfera terrestre em comparação aos combustíveis derivados do petróleo como gasolina e óleo diesel. Além do álcool, da cana se obtém açúcar e o bagaço, que também pode ser transformado em energia. Atualmente Brasil e Estados Unidos são responsáveis por 70% do etanol produzido no mundo. O Brasil produz a partir da cana de açúcar; os EUA, do milho.

O destaque da competição
Ele recebeu aplausos e despertou curiosidade nos visitantes, destacando-se como um modelo inovador e mais eficiente. Tinha 40 centímetros de comprimento, 60 de altura e uma haste móvel para coleta dos barris, de 30 centímetros. Esse robô recebeu a missão de coletar barris de etanol. Equipado com duas rodas de madeira de aproximadamente 20 centímetros de diâmetro, dois motores elétricos, alimentados por uma bateria com autonomia de 10 minutos, era extremamente ágil e rápido nos movimentos.



Da Agência Imprensa Oficial
Anderson Moriel Mattos
Crédito Fotos: Francisco Emolo
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 2/08/2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Pesquisa do Ital acrescenta fibras na lingüiça, mortadela e presunto

Embutido com menos gordura atinge percentual de fibras exigido pela lei e é consumido por todos segmentos da população

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) criou uma nova composição nutricional para produtos tais como a mortadela, lingüiça e presunto. Coordenado pelo pesquisador Expedito Tadeu Facco Silveira, o projeto começou em 2003 e visa ampliar o valor nutricional dos alimentos de origem suína, com a adição de fibras na mistura.

A meta era adequar os alimentos à legislação vigente, que exige 3% de fibras na composição dos alimentos. Mas o resultado ultrapassou a expectativa inicial e obteve valores superiores ao requerido pela legislação nacional. A técnica criada no Ital permite melhorar o valor nutricional dos produtos, itens consumidos por todas as faixas de renda da população. E pode ser aproveitada em outros gêneros, como pães, massas, cereais e preparados para bolos.

Dieta equilibrada
O pesquisador Silveira esclarece que as fibras ajudam a retardar a absorção de açúcares, facilitam o funcionamento do intestino humano e influenciam na redução do colesterol. E são recomendadas por nutricionistas em dietas de baixa caloria, como as prescritas para portadores de diabetes, doenças cardiovasculares e obesos.

A recomendação diária dos nutricionistas é ingerir entre 25 e 30 gramas por dia, em todas as faixas etárias. E uma dieta pobre em fibras favorece o surgimento de diversos tipos de câncer.
A pesquisa no Ital com as fibras surgiu em 2004, a partir de uma encomenda da J. Rettenmaier, empresa alemã fornecedora de insumos para a indústria alimentícia. O desafio para os profissionais do Ital era encontrar a formulação ideal para o processamento dos embutidos, sem perder características caras aos consumidores, como a cor, paladar, aroma e textura.

Outro benefício foi à redução dos custos de produção para os fabricantes. A pesquisa permitiu oferecer produtos com menos carne e gordura, os insumos mais caros da mistura que foram trocados pelas fibras (mais baratas).

A inovação do Ital foi fazer com que as fibras passassem a absorver mais água. Assim, não provocou mudanças no paladar e textura da lingüiça, mortadela e presunto. E também evitou a perda de nutrientes e proteínas.

Avaliação sensorial

Os alimentos foram consumidos por 70 pessoas do próprio Ital. E obtiveram 70% de aprovação entre os degustadores, selecionados por amostragem. “Esta é uma prova técnica da viabilidade comercial dos embutidos enriquecidos com fibras, que está de acordo com a proposta do Ital, de ser parceiro da indústria e produzir alimentos de qualidade para o mercado interno e exportação”, comemora Silveira. A composição básica dos alimentos determina que quatro elementos básicos estejam presentes: Unidade, proteína, Gordura e cinzas.

Os alimentos são identificados detalhadamente, de modo a assegurar uma opção mais correta por parte do usuário. Dessa forma, geralmente o alimento acompanha informações sobre tipo, processamento, nome científico entre outros.

As fibras solúveis de chicória e insolúveis de trigo são fornecidas pela empresa norte americana Nutrassim. Com os resultados físico-químicos, o presunto enriquecido com as fibras solúveis e insolúveis apresentou uma redução de 40% do percentual de gordura, o que classifica as fibras desenvolvidas pelo Ital como um produto light.

Para que um produto alimentício seja considerado light ou diet, ele deve respeitar algumas características nutricionais. “Quando a redução de gordura de um alimento atinge 25%, ele pode ser classificado como light, e ao eliminar totalmente um ingrediente da composição , por sua vez, é considerado diet”, explicou Tadeu.

Após as análises iniciais de percepção sensorial do produto, Tadeu explica que o próximo passo é realizar novos testes nas redes de supermercados. “As avaliações são elevadas gradativamente. A próxima etapa é realizar novos testes, simulando o consumo real. Cerca de 400 pessoas devem ser consultadas certificando o produto para consumo por toda a população”.

Mais fibras, mais saúde
Na Europa, a adição de fibras nas carnes já é uma realidade em muitos países. No entanto, Silveira destaca o pioneirismo do Ital na prestação deste tipo de serviço – e prevê ser possível conseguir em 2009 uma composição de até 6% de fibras nas carnes suínas, patamar único no mundo.

O Ital é vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e mantém parceria com universidades, centros de pesquisa e atende empresas da área alimentícia, com pesquisas e estudos especializados. E também certifica alimentos brasileiros para exportação, de acordo com a legislação dos países compradores.

Certificação e comprometimento
O Ital possui duas importantes certificações, ISO 9001, norma internacional para sistemas de gestão da qualidade reconhecida mundialmente,e ISO 17025, que atesta a competência de laboratórios em fornecer resultados de ensaio e calibração tecnicamente válidos. Com as certificações e o know-how no setor de pesquisas de alimentos, o Ital recebe propostas para o desenvolvimento de novos produtos alimentares. As certificações são importantes para que as pesquisas sejam reconhecidas, para regularizar a comercialização dos produtos e garantir sua legalidade.

Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito fotos: Fernandes Dias Pereira

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/09/2008




Parque do Jaraguá está preparado para receber pessoas com deficiência

Na Semana Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, trilha adaptada é opção de acessibilidade e lazer na capital

Caminhadas pela Mata Atlântica por meio de trilhas especiais, além do ciclo de palestras com especialistas de diversas áreas, foram algumas das atividades que reforçaram a idéia de inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência que desejam desfrutar das belezas do local. O Parque Estadual do Jaraguá adaptou suas instalações para atender esse objetivo e participou das comemorações da Semana Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.


O Parque recepcionou mais de dez vans lotadas de pessoas que visitaram os pontos turísticos do local. Antes de percorrer o caminho, todos foram orientados pelos monitores do Parque que explicavam as formas para desfrutar das belezas naturais. A monitora ambiental Ana Maria Matos, que participa dos projetos do Parque, contou da sua alegria em colaborar nas atividades, no contato com a natureza e tudo o que ela oferece. “Somos uma equipe unida e com o desejo de bem atender nossos visitantes. É gratificante colaborar e ver o brilho nos olhos das pessoas que nos visitam e que encontram atrações de lazer acessíveis e seguras” comenta.

Um dos momentos mais esperados é a passagem pela trilha do silêncio, que apresenta baixa dificuldade no trajeto de 800 metros (ida e volta), em cerca de 40 minutos. O ex-ginasta Eliseu Jerônimo, de 33 anos, aproveitou as dependências do parque para passear em sua cadeira de rodas: “Hoje percebo as dificuldades e obstáculos que as pessoas com deficiência enfrentam, e sei quanto é necessário ter novos ajustes como os que dispomos no parque do Jaraguá. Aqui, a gente pode respirar o ar puro da natureza, ouvir o canto dos pássaros e fazer amigos”.



Devido à vegetação densa, que abafa qualquer tipo de ruído externo, o fim da trilha reserva um dos momentos mais lindos. Quando todos se encontram nessa parte do trajeto, os monitores ambientais pedem para fecharem os olhos e, em silêncio, refletir, meditar e perceber os sons dos animais, a pureza do ar e imaginar a beleza da região.

Maria Aparecida, 35 anos, com seqüelas de poliomielite, percorreu com muita alegria todo trajeto, com as muletas que a ajudam no dia-a-dia. “Quero permanecer sempre em contato com essa natureza que nos traz felicidade. Vir ao parque é como se o mundo parasse, sentimos paz de espírito e isso é indescritível, pois somos tratados como pessoas dignas de respeito e carinho”, ressalta.

A dona de casa Terezinha Anhaia, de 63 anos, também estava feliz: “Estamos em constante movimentação, participamos de caminhadas em diversos locais, jogamos vôlei, desenvolvemos artesanatos e outras atividades. É o meu primeiro ano no grupo, depois que comecei a participar tudo ficou melhor, não tenho mais dores no corpo e sinto prazer em viver”.


A união faz a força
Tudo começou quando a Presidente da Associação Brasileira de Síndrome de Williams, Jô Nunes visitou alguns parques de São Paulo e percebeu que praticamente nenhum possuía infra-estrutura para atender os deficientes. Com boas intenções e disposta a encontrar soluções, Jô procurou os responsáveis pelo Parque Estadual do Jaraguá, e propôs que o local tivesse opções adaptadas para que se adequassem às necessidades dos visitantes. “A minha maior inspiração e lição de vida, convive comigo vinte quatro horas por dia. A minha filha Jéssica possui Síndrome de Williams, ela só me faz batalhar por melhores condições para as pessoas com deficiência”, destacou.


Para chegar ao Parque, muitos visitantes precisam de um sistema de transporte especial para pessoas com mobilidade reduzida. Mariana Pereira de Souza era uma delas: “Temos consciência das dificuldades que enfrentamos no dia-a-dia. Sabemos que a realidade ainda está distante do que precisamos ao utilizar o transporte coletivo, transitar por ruas e avenidas, opções de lazer como este parque”.

Leandra Migotto Certeza reafirma a importância de políticas de inclusão, mas não quer que isso seja confundido com caridade. “Não devemos confundir as diversas formas de respeitar os direitos que nos são assegurados por lei, com práticas assistencialistas. O desejo das pessoas com deficiência é conquistar espaço com nosso próprio esforço e dedicação. Muitas vezes, somos relacionados com um sentimento de pena sem necessidade. Sobrevivemos como qualquer outro ser humano, porém precisamos de oportunidades iguais”.

Muito mais que uma simples área de lazer projetada para as pessoas com deficiência, a trilha que recebe o nome de Espaço Conviver, serve de opção e convergência humana e acessibilidade, onde qualquer pessoa pode desfrutar das atrações que ela dispõe. Além do encontro pela trilha do silêncio, existem as trilhas da bica, pai Zé e o caminho do lago. Os visitantes ainda podem conferir um dos pontos mais altos de São Paulo e fazer uma verdadeira rota turística na visita ao pico do Jaraguá, e observar a capital paulista por outro ângulo.


Serviço
Estrada Turística do Jaraguá, acesso pelo quilômetro 18 da Via Anhanguera
Endereço: Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539
Funcionamento: Das 7 às 17 horas, de segunda-feira a domingo
Telefone: (11) 39454532
Site: www.iflorestsp.br/jaragua

Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial

Crédito Fotos: Paulo Cesar da Silva
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 3/10/2008.

Segredos de Einstein são revelados ao público paulistano

São Paulo é primeira cidade da América Latina a receber a exposição, que revela a originalidade e as inquietações do mais famoso e controvertido cientista do século 20



O visitante paulistano tem até o dia 14 de dezembro para conferir no Pavilhão da Bienal, no Portão 10 do Parque do Ibirapuera, a exposição Einstein. Trazida ao Brasil pelo Instituto Sangari e dirigida para o público a partir de sete anos, a mostra revela o homem por trás da ciência e apresenta suas teorias de maneira prática e instigante, frustrações e conquistas do gênio da ciência.

A iniciativa é em parceria com o American Museum of Natural History de Nova York. Mistura obras de arte de renomados artistas nacionais com objetos pessoais, fotos, de cartas e manuscritos. O visitante faz um trajeto em instalações interativas e ao longo do roteiro, é apresentado às teorias e explicações de fenômenos ligados à Física, Química, Matemática, Óptica, Física Quântica, Cinemática.



Mais de 2 milhões de espectadores já conferiram a exposição, que esteve em Nova York, Chicago, Los Angeles, Jerusalém, Ottawa e Istambul. No Brasil a mostra foi adaptada, cresceu em tamanho com as seções “Átomos” e “Einstein no Brasil” e recebeu novos recursos audiovisuais.

Repercussão
Rômulo Augusto Ando de 27 anos, doutorando da USP, aprovou a exposição. “Até terminar, esta exposição é um passeio obrigatório em São Paulo. Preserva o legado cultural e intelectual do cientista e de um ser humano cujas idéias e valores permanecerão inesgotáveis”, Comenta Rômulo.
O casal Fernando Rosenberg 63, e Clarice Dora Gandelman 62 anos vieram do Rio de Janeiro exclusivamente para conferir a exposição. E não se arrependeram do que encontraram. Na opinião deles, é um privilégio poder saber mais sobre parte da vida do cientista.

Apelo educativo
Escolas e grupos podem agendar visitas e ter acompanhamento de monitores especializados. O roteiro inclui atividades no Laboratório do Aprendizado da exposição. Para os professores, há um curso gratuito em que são ensinadas informações teóricas e práticas para o trabalho em sala de aula.

A mostra Einstein revela o ser humano por trás da ciência e demonstra e proximidade de suas teorias com o cotidiano das pessoas. Revela também, a preocupação de um gênio humanista que usou sua fama para condenar o racismo e o uso militar da energia nuclear.

O visitante refaz os passos de Einstein desde sua infância e juventude. Vê boletins escolares, cartas de amor e documentos ligados ao seu primeiro emprego, como funcionário de um órgão de patentes na Alemanha do início do século passado.

A primeira grande contribuição do cientista foi a comprovação dos campos fotoelétricos. Uma novidade que despertou o interesse da comunidade científica internacional ao suprimir antigas verdades. Um passo primordial para a formulação da Teoria da Relatividade.

Uma seção especial apresenta invenções como o interferômetro e a Teia de Luz. E esta instalação desafia o visitante a percorrer uma sala com diversos feixes de luz nas paredes. E tentar sair sem ser detectado.

À frente de seu tempo, desafiava o senso comum. Com lápis e papel, mergulhava em exercícios abstratos para questionar antigas teses, como a da gravitação universal dos corpos proposta por Isaac Newton. E revelou, para espanto de todos, a possibilidade teórica de se construir uma máquina do tempo capaz de permitir às pessoas viajar para o futuro.

Gênio multidisciplinar
Suas idéias motivaram o início do estudo da física quântica. E os estudos com as propriedades da matéria em baixas temperaturas e a emissão estimulada de luz, originaram inovações como os raios laser e o sistemas de navegação por satélite (GPS).



Outro destaque e a famosa fórmula de Einstein, que confirma que energia e massa estão intimamente conectadas ajudou a entender os diversos fenômenos - desde o sol até a bomba atômica. Os manuscritos expostos revelam o caminho percorrido pelo cientista até concluir a sua teoria. A interatividade explica os termos de “E=mc2”, a equação da Teoria da Relatividade de forma didática e acessível.

Einstein usou seu prestígio a favor das grandes discussões políticas e sociais da época: contra segregação, anti-semitismo e defendendo os direitos humanos. Com princípios pacifistas, anteviu os perigos possíveis da utilização da física nuclear. E por meio de uma carta, alertou o presidente dos EUA sobre o possível desenvolvimento de um artefato nuclear pela Alemanha Nazista. Uma última curiosidade: após sua morte em 1955, seu cérebro foi congelado para estudos. Por quê?


Apoio
A Mostra Einstein é uma realização do Instituto Sangari. E tem apoio do Museu de Astronomia e Ciências Afins, Jardim Botânico (RJ), Dimep, Hospital Israelita Albert Einstein e Universidade Hebraica de Jerusalém.

SERVIÇO:
Data - até 14/12
Local - Pavilhão da Bienal, portão 10, Parque do Ibirapuera
Horários - De terça a sexta das 9 horas às 21 horas. Sábados, domingos e feriados das 10 horas às 21 horas
.

Ingressos - R$15 (inteira) e R$ 7 (estudantes e professores).
A visita monitorada custa R$ 10 por aluno. É grátis para o professor acompanhante, visitante menor de 7 anos e maior de 60 e grupos de escolas públicas. Requer agendamento pelo telefone (11) 3468-7400, de segunda a sexta, das 8 horas às 18 horas.

Por Anderson Moriel Mattos
Crédito Fotos: Genivaldo Carvalho
Reportagem publicada originalmente no site http://www.sintoniasp.com/index.php?acao=tur&id=100 do dia 09/10/2008.


Escola da Família-p2
Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito Fotos: Paulo Cesar da Silva
Reportagem publicada originalmente na página I e IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/07/2008.
Mais saúde aos recém-nascidos
Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito Fotos: Genivaldo Carvalho
Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/06/2008.
Medicamento na dose certa
Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito Fotos: Fernandes Dias Pereira
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/10/2008.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Monitoramento da Mata Atlântica
Anderson Moriel Mattos
Da Agência Imprensa Oficial
Crédito Fotos: Paulo Cesar da Silva
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo do Diário Oficial do Estado de SP do dia 16/07/2008.